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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Divagando


Vou falar de cães e gatos.
Gatos são belos, leves, ágeis, inteligentes, elegantes, delicados e limpos.
Quantas pessoas vocês conhecem que tenham tantos predicados ao mesmo tempo? Bem poucas, acho eu. Só por estas características já bastaria para admirá-los, no entanto, eu presenciei vários nascimentos de gatinhos em minha casa e, certamente, meu respeito por estes controversos felinos vem do fato de serem as gatas as melhores mães do mundo.
Zelam, cuidam, lambem, brincam, alimentam e o mais incrível: Ensinam. Não há um momento na vida dos filhotes em que eles fiquem sozinhos.
Uma vez reparei que enquanto a mãe gata se ausentava o outro gato adulto da casa ficou de vigília perto da cesta dos filhotinhos.
É incrível verificar como elas delimitam o território no qual é permitido os filhotes iniciarem seu aprendizado sobre o mundo. Eu vi uma mãe-gata dar uma palmada no gatinho mais ousado que decidiu caminhar, sem autorização, em direcção à piscina.
Olho para os gatos e me pergunto como é possível que haja mães que não só abandonam seus filhos como são capazes de jogá-los vivos em lagos ou lixeiras?
Eu me pergunto como seria a infância se os governantes dedicassem a elas 30% do zelo e cuidado que as mães gatas dedicam a seus filhotes?
Os cachorros são outro assunto. Alguns são belíssimos, outros primam pela elegância, poucos são leves, grande parte é ágil, a maioria é inteligente (há excepções), raramente são delicados e a maioria deixa muito a desejar quanto à limpeza. Assim, o meu argumento inicial favorecendo os gatos perde força.
Os cães podem ser dos mais tranquilos aos mais agitados; de super obedientes até totalmente aloprados; silenciosos ao extremo (raros) até os tipos mais barulhentos...
Bem, cães são um problema. No entanto, todos eles são brincalhões -sejam do tamanho que for não resiste a uma bolinha, a cócegas na barriga e quase enlouquecem diante da coleira e da perspectiva de ir dar uma volta na rua.
Cães amam seus donos, disso todos sabem, mas só os que têm um cachorrinho em casa sabem avaliar o tanto de companhia, carinho, alegria e dor de cabeça que estes amigões nos oferecem em troca de um simples prato de comida. Além de dar afecto, os cães me ensinaram algo muito mais sério eles morrem com dignidade.
Sentem dor e não reclamam, aceitam pacientemente o não ter mais forças para fazer isto ou aquilo, resignam-se a ficar deitados ao sol sem latir, sem pular, sem nem sequer se entusiasmar diante da perspectiva de um bom osso para o jantar. Quando sentem que o fim se aproxima, param de comer, não aceitam mais o prolongamento injustificado de um sofrimento atroz; eles não desistem... eles se entregam! E, se tiverem a oportunidade, despedem-se dos membros da família amada, como se num ritual. É... os cães sabem morrer, bem diferente de nós, humanos, que nos apegamos à vida como se ela fosse eterna e depois criamos e usamos armas capazes de exterminar a todos.
Dizem que os humanos são os mais elevados na escala evolutiva.
Eu tenho cá minhas dúvidas. O que sei é que se tenho muito a reclamar e questionar relativamente ao meu relacionamento e avaliações relativas aos seres ditos humanos, aos cães e gatos eu só tenho a agradecer.

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